Visão

Monitoramento do uso de EPIS: Segurança física integral utilizando a inteligência artificial

A segurança do trabalho é um pilar não negociável para qualquer organização que preze por seu capital humano e sua reputação. Em ambientes industriais, canteiros de obras, laboratórios e inúmeros outros setores, o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é a primeira e mais crítica linha de defesa contra acidentes. No entanto, garantir a conformidade contínua com essas diretrizes representa um desafio logístico e cultural persistente.

O principal obstáculo reside na dificuldade de monitorar de forma consistente e abrangente o uso de EPIs por todos os colaboradores, em todas as áreas de risco, durante todo o tempo. A supervisão humana, embora essencial, é limitada pela capacidade de observação, pelo alcance físico e pela inevitável intermitência. Essa lacuna pode resultar em não conformidades que elevam drasticamente o risco de incidentes, levando a lesões, afastamentos, perdas financeiras decorrentes de multas e interrupções operacionais, além de um impacto negativo no moral da equipe e na imagem corporativa.

A visão computacional emerge como uma solução para automatizar e reforçar o monitoramento do uso de EPIs. Esta tecnologia transforma câmeras de segurança já existentes ou dedicadas em vigilantes incansáveis e objetivos. A evolução desta aplicação é notável: inicialmente, os sistemas poderiam realizar verificações mais simples, como a presença ou ausência de um capacete. Hoje, a sofisticação dos algoritmos permite uma análise muito mais detalhada e contextualizada.

Baseado em modelos de deep learning é possível reconhecer uma vasta gama de EPIs – capacetes, óculos de proteção, luvas, coletes refletivos, máscaras, protetores auriculares, entre outros – e verificar se estão sendo utilizados corretamente pelos indivíduos nas áreas designadas. Algoritmos avançados  são capazes de identificar tanto a pessoa quanto os EPIs específicos em tempo real, mesmo em ambientes complexos com múltiplas pessoas e variações de iluminação. Além da simples detecção, técnicas de estimativa de pose podem inferir se o EPI está posicionado corretamente (por exemplo, um capacete na cabeça e não carregado nas mãos). Os sistemas são treinados com milhares de imagens, aprendendo a distinguir os EPIs em diferentes ângulos, condições e sobrepostos a diversas vestimentas, garantindo alta precisão e minimizando falsos positivos.

Quando uma não conformidade é detectada – como a ausência de um capacete em uma zona de risco obrigatório ou um óculos de proteção não utilizado durante uma operação específica – o sistema pode ser configurado para acionar alertas instantâneos. 

Os dados colhidos também permitem a obtenção de relatórios analíticos e dashboards, fornecendo insights valiosos sobre taxas de conformidade por área, turno ou tipo de EPI, fundamentando ações preventivas e programas de treinamento mais eficazes.

A implementação da visão computacional para o controle de EPIs gera um impacto transformador na cultura de segurança e nos resultados operacionais:

  • Aumento exponencial da conformidade com as normas de segurança: A monitorização contínua e objetiva incentiva o uso correto e constante dos EPIs.
  • Redução significativa de acidentes de trabalho e incidentes: A detecção proativa de não conformidades permite a correção antes que um acidente ocorra.
  • Fortalecimento da cultura de segurança: Demonstra o compromisso da empresa com a proteção de seus colaboradores, elevando a conscientização geral.
  • Otimização da alocação de recursos de supervisão: Libera os supervisores para focarem em tarefas de maior valor agregado, como treinamento e análise de riscos.
  • Geração de dados auditáveis e acionáveis: Fornece registros precisos para auditorias internas e externas, além de dados para aprimorar continuamente as políticas de segurança.
  • Mitigação de custos: Reduz despesas relacionadas a acidentes, como custos médicos, compensações, multas e perdas de produtividade.
  • Melhora da reputação corporativa: Posiciona a empresa como líder em práticas de segurança e bem-estar dos funcionários.

Ao integrar a visão computacional na gestão de EPIs, as organizações não estão apenas adotando uma nova tecnologia, mas sim implementando um sistema inteligente e vigilante que trabalha incessantemente para proteger seu ativo mais valioso: as pessoas.